
Ele (por ela) – Luiz Augusto (ele nem lembra o próprio nome). Vulgo Guto, como gosta de ser chamado. Meia idade. Fotógrafo, antiquário, escritor, de espírito curioso, nascido de dez meses sob o signo de peixes, costuma ver o mundo de muitas formas e em várias velocidades mas prefere, indubitavelmente, a câmera lenta. Compõe suas imagens com as cenas que percebe no olhar astuto e apurado, desde sempre. É fascinado por tudo o que esse mundo pode apresentar: natureza ou arte, céu ou tela, museu ou rua. Sempre aberto a pessoas e suas possibilidades de troca com cada uma delas. Na lente exclusiva do olhar, cada cena ou cada paisagem pode ser revelada ou impressa na alma, para sempre. Viajante, de espírito aventureiro, costuma ser preciso ao planejar cada etapa com entusiasmo, esgotando as possibilidades para que tudo ocorra da melhor forma, dentro de um custo viável e uma logística amena. Já foi a favor do vento, apenas levantando as velas da intuição, até que tomou juízo.


Ela (por ele) Praticamente a mesma idade que ele. Engenheira, de espírito contraditório, nascida sob o signo de virgem, ascendente touro, cravada na terra, tem a lua em áries, para desiquilibrar vertiginosamente o senso crítico e emprestar um tanto de movimento ao diametralmente oposto posicionamento zodiacal. Ela é fascinada por ele, ou por tudo que esse espírito aventureiro já desvendou e ainda quer desvendar, agora, ao lado dela: céu e mar, montanha ou floresta, museu ou catedral. A oferecer a ele, com a pouca experiência adquirida no assunto viajar, ela tem a inabalável parceria, desde os planos minuciosos à consumação, meio a quaisquer imprevistos, além, é claro, de disposição física e emocional para aguentar trancos, barrancos e solavancos.

